Cruzeiro Seixas

Publié le par preciosa

"...não é hoje mais fácil surgir de olhos limpos a detectar a forma inicial com que Cruzeiro Seixas ironiza a forma e ironiza a sua própria vida, mesmo onde ela seria a mais dramática. Se os desenhos à pena são rumores de catástrofe, braços de bichos cegos, ciclistas despernados, vítimas todos de naufrágio na luz, nos objetos e na pintura, talvez pelo socorro da cor, é sempre de ironia que se trata, comentário à maneira com que o sol se põe. Ou a janela se abre. Ou a perna se estica. Não haverá maneira ainda mais incômoda de habitar o planeta? Suntuoso ou selvagem, amável ou terrível, Cruzeiro Seixas dá a outra hipótese, visão objetiva de quem está mas não vai demorar: não é para nós o consumo das coisas. em arte. Mas todo o ser heteróclito, todo o chapéu-funil, todo o telhado-ovo, todo o peixe-torre realissimamente objetivos da pintura de um Bosch toma o seu chá por estes Vinte bules e dezesseis quadros de Cruzeiro Seixas, acrescidos, aqui, de propostas de vida que podiam levá-los a sair para a rua, deixar as janelas verdes, beber o infinito terrestre.(...) - Mario Cesariny

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